É com grande alegria e muita honra que divulgo aqui os prêmios que o Coletânea do Saber recebeu da gentil Simone Pinheiro.
Escolhi o livro Porto de Sonhos, pois é ele o nosso porto de encontro com nossos amigos poetas.
Aproveito para agradecer ao amigão Joaquim Marques que tem colaborado incansavelmente com o nosso Coletânea, fazendo com que possamos melhorar sempre e mais nossa sala de leitura e assim levar a todos que nos lêem poesia da melhor qualidade e conteúdo de interesse para os pequenos e para os adultos.

Obrigada amigos que nos prestigiam por nos ajudarem a fazer do Coletânea do Saber esta agradável viagem ao mundo encantado da poesia e do conhecimento.
Com carinho

Augusta Schimidt







VOANDO COM A POESIA




VOANDO COM A POESIA

 © Joaquim Marques



Pedi um dia à poesia
que me emprestasse suas asas!
Quis voar com elas!...
 E, lá do alto, no infinito do céu,
observando a Terra
eu vi telhados de casas
e também muitas janelas
aos quadradinhos, singelas
e vi que por detrás delas
mora tanta poesia…
Observei o firmamento
e vi para meu contento
a beleza….
…que há n’abóbada celeste
quando o dia acaba e anoitece
 rutilam os astros, a noite adormece.
Vi romper aurora, o começo do dia;
ouvi no trinar das aves, lindas melodias…
e dos sinos tocando as Avé-Marias.
Sobrevoei vales e campos floridos…
Vi lindas flores
em seus tons garridos…
Subindo, subindo, girei pelos montes
avistei riachos correndo pràs fontes;
belas cachoeiras, indo desaguar
com suas águas nos rios
que correm pró mar.
Vi o esplendor do Sol
e seu lindo arrebol
ao findar o dia…
Afirmo portanto,
que em tudo há encanto…
Tudo é poesia!...


Gaia / Porto -- PORTUGAL


Eu, a Poesia e Portugal





Amar a poesia é meu destino
Vate da lira, escrevo em versos
Alegrias, tristezas e retrocessos
Do mundo poético sou paladino.

Em belos jardins, brancas açucenas
Me fazem lembrar a cândida beleza
Que há no teu rosto e na Natureza
Quando vento agita tuas melenas.

Elas são cortinas de duas janelas
Que ofuscam o brilho do mais doce olhar
Quando ele, absorto... observa o mar.

Oceano nómade, partilha afinal...
Seus beijos, nas praias onde faz seu leito.
Dorme no Brasil, acorda em Portugal!




© Joaquim Marques 



Gaia/Porto - PORTUGAL 

Compreensão





COMPREENSÃO



Porque compreendi...
Hoje, entendo todo o meu viver...
E, na missão de que vim incumbido, 
Todo meu passado está incluído:
Viver, amar, sorrir, chorar. Sofrer...

Porque compreendi...
A missão estar ainda inacabada,
Continuo, sem quaisquer desvios,
Enfrentando todos os desafios
Até chegar ao fim da longa estrada.

Porque compreendi...
Ao percorrê-la, muito aprendi 
e, do tanto que li, quase nada sei.
Em coisas, eu cri; noutras não acreditei.
Mas, de concluir a missão, jamais esqueci.

Por isso...
Caminho, hoje passo a passo.
E, sem animosidade contra alguém,
Vou exortando quem posso, para o bem
Deixando, quando dá jeito, meu abraço.

Talvez, por tanta compreensão...
É que ainda ando por cá.
Mas, quando chegar a hora da partida...
Não sei como dizer na despedida,
se adeus para sempre, se até já!?

Joaquim Marques




Gaia/ Porto 


PORTUGAL

04-09-2017






ANIVERSÁRIOS

Como é bom ser pequenino… Ter nascido!
No aconchego do amor que nos espera;
Quem nasce num jardim, já bem florido…
Sente sempre o cheiro a Primavera.

Mas há flores que ficam degeneradas
Porque água e Sol não as atinge.
Assim, na vida há encruzilhadas…
Onde uns retrocedem, outros progridem.

Cada pessoa nasça como nasça…
Será acompanhada p’lo signo da vida
Que ditará o seu bom ou mau fadário.

Neste dia que passa, almejo para ti
 Vivência longínqua apetecida.
Parabéns! FELIZ ANIVERSÁRIO.

 Joaquim Marques





UMA PERGUNTA AO VENTO
 
© Joaquim Marques
 
 
 
Porquê, vento? No teu vai e vem constante
O teu sibilar, mais parece gargalhada
De louco, ou de alguma alma penada
Que sofre nas trevas, seu passado errante?
 
Porque escarneces de nós assim, ó vento?...
Quando a tua voz triste e plangente
Nos acompanha de maneira permanente
Sem nos dar espaço, para um lamento?
 
Não sejas trocista, nem rias de ninguém!...
Olha que os ventos mudam de repente
E o mal que se faz aos outros, cai na gente.
 
Vem comigo, vento! Os dois vamos falar!...
Porque é bom desabafar com amigos
E, se for preciso, com eles chorar...
 
 
 
Porto
PORTUGAL
2013
 
 
 
 
 

 

Entre o Sono e o Sonho


Entre o Sono e o Sonho
Augusta Schimidt

Finda o dia e a Ave Maria
Anuncia a noite que já vai chegar
Cantam os anjos, bela sinfonia
Estrelas brilham a me iluminar

Noite,
Com seu lento deslizar
Chega o sono embalado
Pelo som da vida a me acarinhar

E no intervalo desse espaço
Durmo e renasço
Rendendo-me, noite,
Aos seus braços

Quando chega a madrugada,
Vestida de fada
Sonho com a vida passada
E vejo você a me olhar...


E entre o sono e o sonho
O tempo para
Pro meu sonho poder passar...





NATAL

© Joaquim Marques



Novamente chega o dia
que, com verdade ou fantasia,
todos lhe chamam de “Natal”.
Mas, porquê tanta alegoria
se sabemos, sem hipocrisia
que, em qualquer dia é natal?

Há dois natais, bem diferentes:
O dos que podem e o dos indigentes.
Jesus Cristo, ao lado destes, sorrirá
porque seus ideais são abrangentes
aos humildes sem sorte, aos crentes,
mas… aos restantes, não ignorará.

 Alegria, consumismo, esbanjamento.
Tristeza, dor, fome e sofrimento.
Palavras que não se interligam!…
Lágrimas que correm a todo momento
em rostos enrugados, em desalento…
 Os portugueses que o digam!...

Num apelo cristão, vos quero pedir, Jesus:
Vós, que morreste por nós numa cruz,
não deixeis que o mundo seja tão desigual.
Afastai a luxúria que a tantos seduz;
Iluminai-nos com a Vossa Luz;
Não deixeis perecer este meu Portugal.




Porto
PORTUGAL 
12-2013




TRISTEZA  DUM VELHO
  
É triste ser velho, me disse um amigo.
Foi-se, o alvor do sorriso que outrora
Bailava em seus
lábios... E agora,
É náufrago da Vida, mal sucedido.

Vida, que o fez  sentir-se deificado.
Diz agora, em tom cavo e sem altivez
Que tudo não passou de insensatez...
E, se renascer, tudo será retificado.

Sente-se só e diz com muita tristeza...
Tudo ficou pra trás!...Resta-me a lembrança
Da mocidade... Do meu tempo de rapaz.

Palmadinha nas costas, aperto de mão...
Conselho amigo: -- Viva em bonança!--
Ser velho é da Vida... Uma condição.




Joaquim Marques


Eu mulher e os quatro elementos
Augusta Schimidt

Sou terra da minha terra
Que gera vida e acalenta sonhos
Ninho que abriga e solidifica
Sou terra em busca da paz

Sou água que gera força
Me espalho e me reparto
Deixo parte de mim, por onde for...

Sou fogo força poderosa,
Fonte de vida... Renovação...
Sou fogo que ilumina a alma
E aqueço o coração.

Sou o ar que a terra respira
O sopro suave da brisa
Sou o que refrigera a alma
Sou a força da vida.

21/11/2013


CHORO PRA DENTRO

Alguém, com capacidade
para o dizer, me disse um dia:
--“Você chora para dentro”!
 E é verdade!...
Dentro de mim correm riachos
de lágrimas com sabor a sal…
Elas formam um rio
que tem sua foz no meu coração.
É aí nesse local, onde se adensam
com as águas salgadas do  mar imenso,
 deixando-lhes estas, o seu sabor.
Miticamente, imagino meu coração,
um estuário, onde aportam
embarcações de todo tamanho
carregadas de sentimentos!...
São aquelas  -- pequenas ou grandes  --
que me trazem lembranças de antanho.
De eras, em que bravos marinheiros
partiam  mar adentro , levando
alegria, esperança, nos seus corações
e, quantas vezes, traziam tristezas,
marcas de sofrimento e deceções…
Dum modo utópico, considero assim
meu coração:
 -- Um estuário -- sanguíneo,
donde partem e aportam
alegrias e tristezas,
que se transformam num verdadeiro
caudal  de emoções!...
Nele, navega meu barquinho
de sentimentos que, flutua ao
sabor da ondulação das marés.
Baixas ou altas, são elas que fazem
 tanta vez assomar aos meus olhos
de maneira visível, as tais
lágrimas com sabor a sal…
Que, formam riachos…
Correndo pra dentro!...



© Joaquim Marques






VELHO PIANO
 
 
© Joaquim Marques
 
 
 
 
Velho, mas sempre novo na lembrança
De quem bem cedo, em sonhos de criança
Via seus dedos finos e delicados
Deslizar de modo suave sobre teclados.
 
 
Mas, o velho piano que sempre foi seu,
Que em sons maviosos, alegrias lhe deu
Por motivos imprevistos, um dia, sumiu
E... sua melodia, jamais ela ouviu.
 
 
Sim, ela! Aquela donzela que lembra
Com saudade o velhinho piano
Que fez furor na sua mocidade...
 
 
Hoje, sente ainda num tom magoado,
As melodias próprias da idade
Produzidas por si, no velho teclado.
 
 
 
 
 
 
Porto
PORTUGAL
2013