É com grande alegria e muita honra que divulgo aqui os prêmios que o Coletânea do Saber recebeu da gentil Simone Pinheiro.
Escolhi o livro Porto de Sonhos, pois é ele o nosso porto de encontro com nossos amigos poetas.
Aproveito para agradecer ao amigão Joaquim Marques que tem colaborado incansavelmente com o nosso Coletânea, fazendo com que possamos melhorar sempre e mais nossa sala de leitura e assim levar a todos que nos lêem poesia da melhor qualidade e conteúdo de interesse para os pequenos e para os adultos.

Obrigada amigos que nos prestigiam por nos ajudarem a fazer do Coletânea do Saber esta agradável viagem ao mundo encantado da poesia e do conhecimento.
Com carinho

Augusta Schimidt









Milico, o menino sonhador
Augusta Schimidt

Milico era um menino sonhador... Queria ser como um pássaro, livre para voar. E entre vôos e sonhos e sonhos e chão, ora buscava o céu, ora a terra onde queria vencer o tempo.
Quando sonhava sorria, pois sabia que os segredos são libertos pelo sonho e todos os desejos são possíveis.
E enquanto sonhava, um passaro o observava, com vontade de ser menino. Ambos tinham desejos tão intensos que se cruzavam iluminando a noite.
E quando o sol da manhã iluminava o dia, Milico com lápis e papel na mão, desenhava poesia, enquanto o passaro feliz voava, solfejando as cores do arco-íris transformando o azul em musica para o mar.
Era assim, nessa harmonia que Milico criava a sua poesia.
E quando menino e pássaro se encontravam, quando seus olhares se cruzavam, criavam espaços de liberdade com sentimentos humanos plantando o alimento que mantem o homem vivo...O amor.
As vezes Milico escrevia cartas com lápis de cor e cheiro de amor e o passaro as levava no bico, direto para o coração de alguém sonhador.
Nem sempre as poesias de Milico eram alegres. Tristezas de meninos são normais,mais ainda de menino sonhador...
Milico sonhava alcançar as nuvens do céu. Para ele, as nuvens pareciam feitas de pensamentos que iam se transformando sem parar numa coisa e depois em outra. Coisas de verdade ou coisas que só existem na nossa imaginação.
Muitas vezes a palavra nascia nas mãos de Milico quando ele se olhava no espelho. É que dentro dele morava a ternura e pela janela da alma, (os olhos) ele tirava as palavras encantadas que costuradas com a linha do seu pensamento, como magia, se transformavam em poesia.
Certo dia, depois de um passeio em seus sonhos, Milico descobriu que a paisagem era que ornava sua existência e agradecido entrou no coração do pássaro e juntos voaram.
Voaram alto, longe, atravessaram o oceano, viveram experiências intensas e sentiram-se eternamente ligados pelo sonho e pelo encantamento que os uniu.

Campinas/09/09/09
19.00h