É com grande alegria e muita honra que divulgo aqui os prêmios que o Coletânea do Saber recebeu da gentil Simone Pinheiro.
Escolhi o livro Porto de Sonhos, pois é ele o nosso porto de encontro com nossos amigos poetas.
Aproveito para agradecer ao amigão Joaquim Marques que tem colaborado incansavelmente com o nosso Coletânea, fazendo com que possamos melhorar sempre e mais nossa sala de leitura e assim levar a todos que nos lêem poesia da melhor qualidade e conteúdo de interesse para os pequenos e para os adultos.

Obrigada amigos que nos prestigiam por nos ajudarem a fazer do Coletânea do Saber esta agradável viagem ao mundo encantado da poesia e do conhecimento.
Com carinho

Augusta Schimidt







Meus Sonetos Preferidos


Joaquim Marques
Portugal




ESPERANÇA INFINITA…
© Joaquim Marques



Este finito precoce que te atingiu;
Em mim, moralmente, deixou mossa…
Motivada pela “implosão” que destruiu
A infinita esp’rança que era nossa…


Hoje vivo uma triste realidade…
E, dos dias felizes e risonhos
Ficou apenas a eterna saudade
Daquilo que foram nossos sonhos…


Tentarei ser forte pra vencer as emoções
Que teimam a cada momento me molestar.
Preciso seguir em frente e não parar…


Num recadinho sucinto e conciso
Prometo jamais deixar de te lembrar
Porque quero manter vivo teu sorriso...




PORTUGAL
2011




Alma Adotada

Joaquim Marques


Tens nessa tua fronte ó alma pura
Um estigma indelével da solidão...
Mas teu rosto revela tanta candura
Que desvanece a realidade da razão!

Dentro de ti existe um manancial
De amor, que teu coração pranteia
Por quem ao conceber teu ideal...
Comunga contigo a mesma ideia!

Fruis o colorido das flores campestres
Logras a frescura do orvalho matinal
Conténs o perfume dum lindo roseiral!

Nunca te sintas só, alma imaculada...
Pois sempre beberei do teu manancial
De amor! Por mim, foste adotada!...







Amores-Perfeitos

©Joaquim Marques

Se gostais tanto de flores, podeis amar!
Amores perfeitos que cultivo no jardim.
E, porque não os pretendo só para mim
Os ofereço, para quem quiser cheirar!

Não precisais sequer de vos atormentar!
Nem de vos vestirdes de roupa atraente
Pois nunca serei assim tão exigente...
Com a dama que os quiser contemplar!

Prometo não só deixar sentir o odor...
Dos amores multicoloridos, mas ainda
Doar um ramo de flores...Tenho ideia!

Como não as quero todas só para mim...
Quer seja com dama nobre, ou plebeia...
Eu compartilharei flores do meu jardim!


Portugal
2008




Boa Noite Silêncio

Joaquim Marques

Boa noite silêncio! Vem falar comigo!
Vem! Nem que seja através do vento...
Eu escutarei com todo o sentimento
O que tiveres para dizer ao teu amigo!

Sabes que te amo, silêncio? Mas vê:
Os dias são um tormento para mim
As noites, parecem não ter fim...
Só sinto ruído à minh volta! Crê?

Gosto da tua companhia, tu sabes!
De dia, só tu me transmites calma...
De noite, és a escora da minh'alma!

Silêncio! Tu, que és o meu alento...
Vem ao meu encontro, me acalma
Manda notícias tuas, pelo vento!...






Glorificação do Amor

Joaquim Marques

Se a combustão por dois corpos produzida
Nos fornece labaredas e luz em profusão...
Vivamos em conformidade com a vida
E sintamos o calor que há numa paixão!

Quando olho o céu, te vejo numa estrela.
Ao olhar o chão, te revejo num jardim...
De entre tantas flores, és a mais bela,
Porque nasceste e cresceste, só pra mim!

Continuemos a viver nossa paixão!...
Deixemos que o mundo fale a esmo...
Tratando nosso amor de simples utopia!

Continuo a fazer dele minha devoção...
E, mesmo que digam ser pura fantasia,
Nosso amor terá um dia, a glorificação!...



Portugal
Outubro 2007




Pétalas para um ... Amor


Joaquim Marques


Se eu pudesse plantar um jardim nos céus,
Com as mais belas flores que há na terra,
Eu, o faria sem qualquer reserva
Para que fossem, purificadas por Deus.

As mais aveludadas rosas, eu queria
Como principal atracção, em seus canteiros;
Que os anjos, fossem os seus jardineiros...
Que no ar, pairasse... leve melodia...

Ah!...Se eu pudesse plantar esse jardim,
Essas flores nunca seriam para mim!...
Porque a Deus e aos anjos, eu as doava...

Mas, para ti, amor!... Pedia a Deus
Que as pétalas de uma rosa desfolhada
Por anjos... Fossem soltas sobre os ombros teus!


Porto - Portugal
Outubro/2006





Procurando

©Joaquim Marques

Vagabundo de um mundo desconhecido,
Vou pisando chãos que não conheço.
Absorto em meus pensamentos esmoreço,
Chegando a dar-me até, como vencido.

O sentimento que me invade é muito forte;
Levando-me de novo ao ponto de partida.
À procura da alma gémea, por mim perdida,
Que me faz vagabundear assim, sem Norte.

Continuo a pisar chãos que não conheço;
Buscando em todo lado, a alma que perdi
Em algum lugar que no tempo, esqueci.

Se um dia, alma gémea... Eu te reencontrar;
Se ainda quiseres, a meu lado caminhar,
Nunca mais nos iremos desencontrar.


Porto - Portugal
20-01-07




Ressurgimento

©Joaquim Marques


Crê! Eu renasci quando surgiste,
Na minha juventude... Já cansada.
Para mim, tu foste a madrugada
Dum passado... Das cinzas, ressurgi!...

Tornando-me diferente... Eu senti
Nessa hora tão sonhada... Uma benção!
Na minha estrada... O sol brilhou, então...
Se tornou mais lindo, o mundo quando vi...

...Por entre a multidão, a tua alma
Imaculada... Saboreando calma...
Nascendo dentro de mim, serenidade!

Sinto-me feliz! E, nem que a noite caia...
O teu olhar, na escuridão se esvaia...
Feliz serei... Mesmo na saudade!...



Portugal
3-12-06





Saber esperar

©Joaquim Marques


Carrego em mim uma viva esperança
Que suporta a razão deste meu sonhar!
Faço minha oração, esta lembrança...
De que um dia nos iremos encontrar!


Com vontade intrépida de gigante...
Seguirei em frente sem desanimar!
Em busca do abraço aconchegante
Que tanto me deseja acalentar!...


Em minh'alma está presa a saudade!
De outra alma por mim idolatrada...
Que, de igual modo, vive esperançada!...


É nesta certeza do tanto te amar...
Que suporto o peso do saber esperar
Que é afinal a razão do meu sonhar!...



Portugal

2008




São tuas lágrimas o mosto

Joaquim Marques

As lágrimas que saem dos teus olhos,
Ao rolarem nas vertentes do teu rosto
Em dias de consternação, são antolhos...
Que reflectem o sentir do teu desgosto!

Como sumo de uvas, sem fermentação
De um néctar divino, elas são, o mosto...
Depois de vazadas em dois copos, vão
Fermentar! Nossas bocas, sentirão o gosto!

Na mesa uma garrafa de bom "Porto"!
Ao lado, dois copos com o néctar divino...
Ao fundo, as vertentes, onde cresce o vinho!

Nesta conjuntura, descobri teu gosto
Ao provar esse néctar, divisei então...
Serem tuas lágrimas... Desse vinho, o mosto!


Portugal
Agosto - 2007